Após a vitória do Palmeiras por 4 a 0 sobre o Atlético-MG, o técnico Abel Ferreira abordou pela primeira vez o assunto controverso envolvendo o atacante Dudu.
Dudu havia aceitado uma proposta do Cruzeiro, porém acabou decidindo permanecer no clube paulista até o término de seu contrato, em dezembro de 2025.
Abel compartilhou o teor da conversa que teve com o jogador antes do jogo contra o Vasco, Apesar de Dudu ter solicitado para não ser relacionado, o técnico insistiu em incluí-lo, mesmo que uma lesão séria no joelho que o afastou desde agosto do ano passado.
”Mantenho tudo aquilo que eu disse e vocês viram que hoje estávamos com 22 jogadores. Eu fui lendo que a assessoria do Dudu passou a informação que o treinador tinha mentido. Foi uma semana em que falei muito com ele, se estava preparado para o jogo contra o Vasco. E no dia do jogo, esta é a única verdade, e quem fugir disso está mentindo, o Dudu veio falar comigo e pediu-me para não jogar”, contou.
”Eu pedi a ele: ‘Dudu, quero que venha conosco e ajude da forma que puder no banco e no vestiário’. O Dudu disse: ‘Professor, mas durante o jogo vão cantar meu nome’. E eu disse: ‘Dudu, eu não faço times para a torcida, eu faço times para ganhar jogos e dar alegrias à torcida’. Foi essa a conversa que nós tivemos”, revelou.
Devido à confusão dos dias anteriores, Dudu nem mesmo foi incluído na lista de jogadores para a partida de segunda-feira. Abel afirmou que a decisão foi tomada pelo departamento de futebol do clube e garantiu que não há nenhum problema com o atacante.
”O que peço ao Dudu é o que peço a todos os outros. Viram esse gol que fez o Estêvão? Quem recuperou a bola, como que recuperou? Isso é a marca do meu Palmeiras. Quem não fizer isso não joga, seja ele quem for. A relação que eu tenho com ele é franca, séria, profissional e honesta. E quem disser o contrário é porque tem outras intenções por trás. Há de interessar a alguém dizer publicamente que Abel e Dudu não têm boa relação. Quem gere a carreira do jogador é seu agente e ele, não sou eu. Quem dirige o clube é a nossa presidente e o Barros. E quem treina a equipe sou eu. Isso é muito claro entre todos nós”, disse.
”Tem contrato até 2025, renovou ano passado, melhorou suas condições contratuais. Como eu lhe disse, quero que se recupere, entre e faça o que saiba fazer, que são gols e assistências. É o que eu e todos esperam de um jogador como o Dudu. Essa novela não sou ator principal, nem secundário, nem figurante. A maior estrela que o Palmeiras tem são duas: periquito e o porco. São os únicos que não são substituíveis. O resto, meus amigos, o clube fica e todos nós vamos passar e aplaudir esse grande clube”, completou.
Abel, de forma sincera, usou a ocasião para encorajar Dudu e brincou ao mencionar que não é o “protagonista” da novela que envolve o jogador de número 7.
Ao ser perguntado sobre o encontro da torcida organizada do Palmeiras, Mancha Verde, com Dudu, Abel destacou que o jogador tem liberdade em suas decisões assim que sai do centro de treinamento.
O técnico português também ressaltou que apoiou o atleta durante os 10 meses em que esteve afastado devido a uma séria lesão no joelho direito.
”Vou ver se consigo explicar a vocês. Quando o jogador sai do CT, são livres de fazer o que quiser. Vivemos em democracia, em liberdade. Só cobro do CT para dentro. O que treina, o que tem que fazer. A vida particular deles não sou eu que decido. Quem faz a gestão de carreira é o agente, a gestão dos clubes é o presidente e eu treino e tento fazer os jogadores melhores. Nove meses de recuperação, ajudei da forma que eu podia, com conversas, para que ele volte a fazer o que queremos dele, com gols, assistências, defender, atacar”, disse.
”Quando quiserem, olhem para os números, os jogos que jogou, os títulos, para não arranjar histórias. Eu não jogo contra nenhum jogador do Palmeiras, são meus jogadores e eu dependo deles. Todos precisam do meu carinho, amor e atenção. Mas por regras da Fifa, só podem jogar 11 e entrar 5. Há 9 meses estamos sem o Dudu para jogar. Ele tem contrato até 2025 e meu desejo é que rapidamente possa fazer o que esperamos de um jogador do nível dele”, completou.
Na manhã desta segunda-feira, Leila Pereira, presidente do Palmeiras, se manifestou sobre o tema e chegou a mencionar que Dudu havia sido vendido ao Cruzeiro.
Ao ser questionado sobre as declarações da mandatária palestrina, Abel preferiu não comentar e reforçou que o caso do atacante foi tratado de forma especial pela diretoria por se tratar de um ídolo do clube.
”Eu estava a tapar os buracos do barco, falei com vocês, na última entrevista falei tudo. É só ver o que eu disse. Não mudo nada do que falei. Não fui eu que criei o enredo dessa novela. Eu só quero jogadores para dar alegrias à torcida”, disse.
”Quem convocou o enredo, quem foi o ator principal ou secundário, eu estou fora. Fora, fora desse roteiro. Um jogador como o Dudu, que tem uma história muito bonita no clube, não é um jogador qualquer. Como foi o Ronaldo no Real Madrid, o Neymar no Barcelona. Não são jogadores quaisquer. Foi tratado entre Dudu, nossa direção e o Cruzeiro. Mais nada. E o resto é só o resto”, completou.
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