Raiva e Alegria tomaram conta da mente de Abel Ferreira, refletindo as emoções do técnico, que se mostrava focado na confiança necessária para levar o Palmeiras à vitória contra o Atlético-MG, no estádio Brinco de Ouro. E embora essa cena pareça aleatória, na verdade, é bastante significativa. Ela ilustra como um filme impactou o Verdão na corrida pelo título brasileiro – agora estão a apenas um ponto do líder Botafogo.
“Posso dizer o que fiz? Convidei-os a ver Divertidamente 1 e 2,” revelou Abel, em referência aos filmes da franquia da Disney com a Pixar.
“Divertidamente”, que conquistou a maior bilheteira do século no Brasil, narra a trajetória de Riley, uma menina de 11 anos que aprende a lidar com suas emoções ao longo do crescimento. O filme acompanha as aventuras de Alegria, Raiva, Tristeza, Medo e Nojo, as quais, durante a pré-adolescência, acabam se deparando com Tédio, Vergonha e Ansiedade.
Na Academia de Futebol, Abel Ferreira buscou fazer com que o time compreendesse essas emoções – ainda que nem todos consigam – para que aprendessem quando e quais delas são pertinentes ativar.
“Posso chamar a atenção para deixar os jogadores em paz, ou saudá-los. Todos temos um capeta e um anjinho. Qual quer dar ouvidos? Falo a eles, no jogo é igual. Tenho que falar comigo como a pessoa que mais amo. “Tu és bom, consegue”. Sem pensar muito na ansiedade, como no Divertidamente 2. Viva aqui e agora. Calma,” explica o treinador.
“Sou treinador do Palmeiras, mas tenho carne e osso, tenho medo e escolho a quem quero dar ouvidos. O capeta, querendo azucrinar a cabeça, mas vou ouvir meus valores, o que interessa,” completa.
E a menção do treinador não é à toa.
De maneira divertida, o filme contou com a colaboração de psicólogos na criação dos personagens e nas analogias apresentadas. Os especialistas citados, como Dacher Keltner, Lisa Damour e Paul Ekman, ajudam a evidenciar que cada emoção apresenta um propósito importante. Elas não devem ser evitadas, mas sim compreendidas.
As observações do treinador ecoam o que ocorre com a protagonista Riley, que enfrenta uma mistura de emoções enquanto joga hóquei no gelo na escola. Sua postura muda conforme a emoção predominante: raiva, medo, alegria e até ansiedade por temer machucar uma amiga.
Entre os jogadores do Palmeiras, Flaco López, artilheiro da equipe tanto no Campeonato Brasileiro quanto na temporada, fez sua parte. Ele assistiu ao filme com sua namorada, Delfina Apter, e discutiram juntos sobre as emoções e seus significados.
“Ele em geral seria a Alegria, mas dia após o jogo, é aquele que está tranquilo, deitado, no telefone,” conta Delfina, aos risos, em referência ao Tédio.
“Ela é alegre, muito alegre. Tem dias que é o vermelho… a fúria,” devolve Flaco.
“Acho que mais a ansiedade do que a fúria,” ela explica, compreensiva.
“A gente brincava com isso, mas todo mundo tem um pouquinho de ansiedade. Já teve muitas vezes que tive sim (antes de entrar para os jogos), mas eu levo bem,” completa o jogador.
Com apenas 10 rodadas restantes para o fim do Brasileiro e apenas um ponto atrás do líder Botafogo, controlar as emoções em campo será crucial. Durante momentos de raiva, medo, ansiedade e a desejada alegria, o Verdão continua alimentando sonhos de conquistar seu inédito tricampeonato.
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