O Grêmio vê a aquisição da gestão da Arena como um autêntico “jogo de xadrez”. A aquisição de uma parte da dívida referente à construção do estádio, anunciada na última terça-feira, é considerada um passo essencial dentro de uma estratégia judicial vasta e elaborada que o clube está desenvolvendo para tomar posse de sua nova casa.
A diretoria fez a compra de um terço da dívida do financiamento contraído pela OAS, empresa responsável pela construção do estádio, junto ao Banrisul. Para administrar a Arena, foi criada a Arena Porto-Alegrense, que conta com representantes do Grêmio e da OAS.
Por outro lado, o grupo OAS entrou em recuperação judicial em abril de 2015 após os desdobramentos dos escândalos de corrupção relacionados à Operação Lava Jato.
Desde então, o Grêmio, a Arena Porto-Alegrense, a empresa Karagounis, o grupo Metha (anteriormente OAS) e as autoridades públicas estão envolvidos em uma disputa judicial para resolver questões sobre o pagamento das dívidas e as obras de contrapartida nas proximidades do estádio.
A compra da dívida da Arena não era parte de um planejamento do Grêmio, mas surgiu como uma oportunidade durante uma negociação com o Banrisul, o patrocinador máster do clube, que concordou em diminuir os valores envolvidos.
De acordo com o repórter Jocimar Farina, da Rádio Gaúcha, o Grêmio investiu cerca de R$ 20 milhões na aquisição. O Banrisul tinha um crédito de R$ 75,46 milhões referente a essa dívida, mas decidiu renegociar, sabendo que, de qualquer forma, não conseguiria recuperar esse montante.
“O fato é que se trata de uma parte relevante da dívida da gestora da Arena e que, agora sob controle do clube, amplia o poder do Grêmio nas negociações sobre a operação da Arena,” manifestou o vice-presidente Eduardo Magrisso, em nota oficial divulgada no site do Grêmio.
Vale ressaltar que a Arena não paga suas dívidas com os bancos há bastante tempo – e o Banrisul não é o único credor. Assim, investidores estão adquirindo essas dívidas.
Dessa forma, o clube se tornou um dos credores da Arena, aliando-se a fundos de investimento. Essa estratégia lhe confere um poder de decisão importante, uma vez que existe a preocupação de que a gestão do estádio possa cair em outras mãos, o que afastaria o controle da diretoria gremista.
“A gente avança algumas casas no tabuleiro de xadrez”, disse uma fonte.
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