Após ser nomeado para substituir Tite no Flamengo, inicialmente como interino, mas com a expectativa de se efetivar até 2025, Filipe Luís experimentou uma rápida ascensão após sua aposentadoria em dezembro. Em apenas cinco meses, ele esteve à frente do time sub-17, onde conquistou a Copa Rio, e passou mais quatro meses treinando o sub-20, levando a equipe ao título mundial da categoria e à final do Carioca. No entanto, será que ele já está pronto para liderar o time profissional rubro-negro?
A resposta é sim, em termos nacionais. Aos 39 anos, Filipe Luís já obteve as licenças B e A da CBF Academy neste ano, o que possibilita que ele assine as súmulas das partidas. No entanto, existe uma restrição em relação às competições internacionais. Desde 2020, a Conmebol exige que os treinadores possuam a Licença Conmebol PRO, a qual o ex-lateral ainda não adquiriu.
O Flamengo não conta com uma comissão técnica fixa e, com a saída de todos os assistentes de Tite, é provável que Filipe Luís leve consigo seu auxiliar direto da equipe sub-20: o espanhol Ivan Palanco, de 44 anos. Graduado pelo Barcelona, Palanco foi recrutado em janeiro a pedido do ex-lateral-esquerdo.
Na sua trajetória ainda breve como treinador, Filipe Luís acumulou 37 partidas, com 26 vitórias, nove derrotas e dois empates, anotando 77 gols e sofrendo 34. Em uma entrevista, realizada em maio, ele afirmou ter preferência por um estilo de jogo ofensivo.
“Sempre pensei que o treinador tem que falar o menos possível, dar menos pistas possíveis. Mas o meu modelo de jogo é de propor sempre, sair jogando com a bola, posse no campo ofensivo e ataque ao espaço. É um jogo mais vertical neste ponto e baseado muito no último conceito, que é a pressão. A cada adversário que eu jogo, eu quero pressionar sempre para ter a bola, mas isso é muito difícil. Acredito ter a capacidade de fazer isso, por mais que às vezes erre ou acerte. Mas é um modelo baseado principalmente em pressionar e depois um jogo muito agressivo e em direção ao gol”.
Filipe Luís na base:
Sub-17
- 20 jogos
- 16 vitórias
- 4 derrotas
- 53 gols
- 17 sofridos
Sub-20
- 17 jogos
- 10 vitórias
- 5 derrotas
- 2 empate
- 24 gols
- 17 sofridos
Na mesma entrevista ele ainda se mostrou preocupado:
“Quando eu estava no Figueirense em 2003, 2004, estavam chegando aqueles telefones com jogo da cobrinha, mensagens de texto, com redes sociais… Estava começando, mas não como agora que é exagerado. Se você não souber usar, é uma ferramenta poderosa e perigosa. Sou a favor do que o clube faz aqui, que é proibir celulares no refeitório, na fisioterapia, para eles conversarem e terem o ambiente de conexão. São poucas horas que eles têm aqui. Fora a gente não controla. O que tento fazer para eles é o que acontece muitas vezes no profissional quando você entra no Instagram depois de um jogo bom, mas também depois de um jogo ruim. E eles comentam: “Poxa, lá onde eu moro quando o Gabi joga mal querem matar, depois faz um gol e é o melhor”. As redes sociais são muito mais intensas e eles têm que ter cuidados. Falo bastante, mas não tenho poder de limitar o uso”.
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